quarta-feira, 20 de abril de 2011

Impunidade

O que é feito muitas vezes 
É combater a criminalidade com o crime 
A injustiça sendo injusto 
Garantir que se cumpra a lei 
Com violações de outras leis. 
Utilizar a autoridade, de forma autoritária 
Condenar as vitimas e absolver os culpados. 
Até que se prove o contrário todo réu é inocente 
Mas algumas vezes só por ser suspeito 
Talvez por ser preto e pobre, é considerado culpado. 
Assim comemoramos os sessenta anos
Da declaração dos direitos de todos e privilegio de poucos. 
Os vinte anos da promulgação da nova constituição 
Por alguns que a enxovalharam 
E utilizaram o poder público como moeda de barganha. 
Venderam os seus votos muitos deles comprados 
Por uma conta bancaria em alguma ilha no arquipélago da corrupção. 
Os heróis da democracia foram perseguidos, presos, torturados e exilados 
Mas não conseguiram calar-lhes, até mesmo os que foram mortos. 
As suas famílias não puderam chorar sobre os seus corpos 
Só tiveram como se despedir por uma foto. 
Enquanto isso os assassinos os algozes da liberdade gozam de impunidade. 
Lacaios dos diabos de torturadores 
Foram ainda condecorados com a medalha de pacificador. 
Queimaram os rastros de aflição e dor 
Para não serem identificados como os culpados. 
E o golpe foi chamado de revolução 
E a verdadeira revolução foi tratada como subversão. 
A tortura se perpetua, é um crime de lesa humanidade 
Cometido por muitas autoridades
Que contam com a impunidade. 
Maculam a imagem da justiça que está como a sua estatua
Cega e sem vergonha Pois despiram as vestes da lei 
E vendaram os olhos da justiça. 
Ordem e progresso 
Uma mentira imposta como verdade 
Pelo que foi o governo fascista dos militares 
Da desordem do regresso. 
Nos foi negado o direito a nossa historia 
E dos pais de sepultarem os seus filhos 
E ainda hoje nos chamam de revanchistas 
Pois só o que queremos é justiça. 
Por: Leandro Medeiros Santos


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