sexta-feira, 22 de junho de 2012

Terra de ninguem




Chamo-me Justino
Desde que era menino
Eu aprendi a caçar e a pescar
Só não tive como aprender o b.a ba
Lembro da minha vozinha a joelhada a rezar
Para que eu nunca viesse a roubar e nem a matar
O que tivesse teria que ser conquistado por trabalhar

Mas a seca arrastou-me para esse longínquo e maldito lugar
Agora sou mais um em meio a tantos outros retirantes
O qual busca sobreviver nessa cidade tão grande
Não quero virar mais um de seus bandidos
Mas encontro-me vagando perdido
E qualquer lugar que eu chego
Não há nenhum emprego
O que muito aqui vejo
Nos sinais e becos

A face desoladora do monstruoso desemprego
Não me resta mesmo a fazer quase nada
Tenho um revolve só com uma bala
Eu não queria ter que precisar
Sacar o meu revolve e ter que atirar
Pior será se eu tiver mesmo que matar
Não foi isso que a vozinha tanto me ensinou
Se ela estivesse viva morreria de desgosto e dor

Sua única riqueza era o seu valor
Agora o seu neto come do que roubou?
Diria ainda bem que Deus já levou o seu avô
Aqui eu vi tanta chuva que muita gente até reclama
Lá para se esquecer da fome íamos mas cedo para cama
E não pense que tardava muito, ela logo me chama
Levanta dai vai da de comer as suas lombrigas
Elas aperreiam-me com tantas brigas

Queria não ter mais essas minhas memorias
Cada vez que lembro dessas horrendas histórias
A fome infelizmente me da mais um pouco de coragem
Para ter de fazer mesmo de uma vez por toda essa bobagem
Aqui não tem nenhum bicho mas é muito mas selvagem
Os venenos das serpentes são a sua malandragem
Meu pai e minha mãe a elas sucumbiram
ninguém que conheço não os viram

Desde quando eles vieram para cá
Parecia que sabiam que não iam mas voltar
Mesmo até hoje penso que ainda vou os encontrar
O nome do meu pai é Sebastião filho Ferreira dos santos
E da minha pobre mãezinha é Ana Ferreira do anjos
Mas não poderão contar com santos e anjos
 Estou preste a fazer um grande pecado
 Perdoai Deus antes de pratica-lo

 Saquei o revolver e anunciei o esperado assalto
Agora havia tantos demônios ao meu lado
As minhas pernas começam a tremer
Logo Todos começam a percebe
Para impor moral dei um tiro para cima
A bala ricocheteou e atingiu um senhor na esquina   
Fiquei tão imensamente desesperado e foi logo ajuda-lo
Reencontrei o meu pai em meus braços todo ensanguentado

A sua voz bem fraca balbuciou algo tão divino
Disse-as saudade de tu meu filho Justino
Vejo que não é mas aquele menino
Antes que me peça o perdão
Perdoe-me pela omissão
Não cumpri a missão
Não pude te criar
 Pai não vá ...


Por: Leandro Medeiros Santos

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Fogos de Artifício





Acordamos com fogos de Artifícios
Não entendemos nada a princípio
Só era uma questão de tempo
Ao amarmo-nos descobrimos
Que os fogos eram um presságio
Não sei se alguém fazia aniversário
Ou eram os coronéis e seus apanágios
Sei que os nossos corpos
Transformou o barulho ensurdecedor
Em uma bela poesia de amor


Por: Leandro Medeiros Santos

terça-feira, 19 de junho de 2012

Se perdem por amor


Não reclame por eu sujar muitas cuecas
É por que não me lembro onde as jogo
Quando meu amor, retiro a sua calcinha
E ainda mas se achar debaixo da cama
Falo isso, mas sei que não reclama
 perco-as por que agente se ama

Por : Leandro Medeiros Santos 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dias semanas anos, para sempre nos amando




Nunca alguém nem segue balbuciou
O que falam as suas palavras de amor
Também não vou aqui ficar falando
O que nunca foi me dado
Dentre o que aprendi com meu amor
É que as pessoas dão o que tem
Mas ela eu não dou para ninguém
E o que nos damos, vai mais além
Do que presentes de datas comemorativas
Pois a cada dia nos presenteamos
Quando nos respeitamos
Quando nos ajudamos
Quando nos ensinamos
Quando nos aprendemos
Quando nos perdoamos
Quando nos amamos

Por: Leandro Medeiros Santos
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